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Indícios

  • Foto do escritor: Mylene Costa
    Mylene Costa
  • 17 de fev. de 2024
  • 3 min de leitura

Onde eu parei, mesmo? Ah, lembrei! Quando eu fui trabalhar em uma multinacional italiana, por trinta dias, para substituir a secretária do Presidente. Pois bem, findados os 30 dias, a secretária voltou. O Presidente iria receber uma comitiva de Diretores da matriz, e a secretária perguntou se eu poderia ficar mais 15 dias para ajudá-la a organizar a recepção. Fiquei! Afinal, não tinha nada a perder...E não foram apenas mais 15 dias. No total, foram 4 anos. Passei por vários departamentos, sempre trabalhando com os “gringos” italianos e praticando meu italiano. Isso foi de 1998 a 2002.

Mas, Mylene, e o sonho do reconhecimento da cidadania? Você não tocou mais no assunto...

Verdade!

Na relação de documentos que eu havia conseguido no Consulado Italiano, constava a certidão de óbito do Dante Causa e ninguém sabia onde ele, meu bisavô por parte de mãe, havia sido sepultado, muito menos onde havia sido registrado o óbito.

Havia uma história na família de que ele havia falecido durante a revolução constitucionalista de São Paulo, em 1932. Como eu não sabia o cemitério, comecei a ir ao Arquivo Histórico de São Paulo, aos sábados, muitos sábados. Ia bem cedo e ficava até fechar. Já era até conhecida! Simplesmente, olhei TODOS os livros de todos os cemitérios da capital e nada encontrei. Anos depois, iria descobrir que procurei no período errado. Na verdade, ele faleceu durante a Revolução Tenentista, em torno de 1925. As certidões de casamento dos filhos, em inteiro teor, iriam me revelar isso. Não cheguei a ir lá novamente. Até hoje, não sei onde foi sepultado.

Em 2002, a fábrica de chocolates decidiu mudar-se para Curitiba e demitiu a maior parte dos funcionários. Eu estava na maior parte, porém, fiquei pouco tempo desempregada. Logo me recoloquei no mercado, atuando como assistente de vendas em uma multinacional americana de produtos químicos.

O ambiente era outro, precisava apenas do inglês para trabalhar e o idioma italiano ficou um pouco de lado mas...o SONHO, não!

Alguns anos depois, decidi ir ao Ministério da Justiça, lá na Rua 13 de maio, para solicitar a Certidão Negativa de Naturalização. Em 2005, o pedido tinha que ser feito pessoalmente e eu não poderia continuar investindo minha energia na cidadania italiana sem saber se, por acaso, meu bisavô havia se naturalizado. Ufa! Nada foi encontrado nos arquivos da Seção de Registros e Averbações! Bóra continuar investindo, até conseguir! kkk

Se você desconhece esse tipo de documento e qual a sua importância para o processo de reconhecimento, explico melhor em um outro artigo aqui mesmo.

Um detalhe que aprendi na prática: embora eu tenha pedido a certidão sem ter ainda todos os documentos (apenas para desencargo de consciência), no final do processo, precisei emitir outra onde constasse todas as variações de grafia do nome do meu bisavô em todos os documentos, até chegar em mim.

Um dia, conversando com minha avó, perguntei: “A Senhora sabe onde o vô foi registrado?”, detalhe, esse avô era o filho do meu Dante Causa, e ela respondeu: “Na Penha!”. Não tive dúvidas, liguei para o cartório e descobri que meu bisavô havia casado lá, também. Bingo! Agora já vou saber em que cidade ele nasceu, pedir a sua certidão de nascimento na Itália e dar entrada no processo no Consulado Italiano...sqn!

Perceba que esse é o melhor processo para identificar o nome, as datas e, quem sabe, o local de nascimento do seu Dante Causa na Itália. Você deve iniciar suas pesquisas pelos seus documentos, em seguida, os documentos de seus pais, de seus avós e, assim sucessivamente, até chegar nas raízes italianas. O segredo é montar uma pequena árvore genealógica, acrescentar muita paciência, determinação, persistência e uma boa dose de amor e gratidão. Se quiser, posso te ajudar! #mylene.donatangelo

No próximo artigo te conto as peripécias até descobrir, efetivamente, o “comune” de nascimento do meu antepassado.

 

 
 
 

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