Pura emoção...

Neste artigo, vou te contar minha primeira aventura no exterior. Fui viajar para a Itália a trabalho, mas pude aproveitar bons momentos da viagem.

No total, foram 10 dias de viagem, sendo 3 dias de trabalho e os outros sete para passear e encontrar amigos da pessoa que eu estava acompanhando, em Portugal.

A empresa com a qual era necessário renovar o contrato de representação ficava em Padova. Concluídos os trabalhos, minha cliente não conhecia nada e deixou por minha conta a escolha das cidades e pontos turísticos a visitar. Sugeri o lago de Como, pois, no meu trabalho de conclusão de curso da faculdade de Letras, estudei profundamente o livro “Os Noivos” de Alessandro Manzoni, grande representante do romantismo italiano. Quando cheguei às margens do famoso lago, chorei. Ele era exatamente conforme descrito no livro!

Sugeri Veneza, por motivos óbvios. Pegamos um luxuoso trem e lá fomos nós. Exploramos as diversas vielas e canais, com suas pontes, lojinhas e restaurantes acolhedores. Após algumas horas caminhando, perguntamos a um garçom se a "Piazza di San Marco" ainda estava muito longe e ele respondeu: “Por que vocês não pegam o Vaporetto?” Pois é, pegamos o tal barquinho e, em 10 minutos, estávamos em frente à Igreja de San Marco. Outra emoção! Chorei mais uma vez!

Emoção, de verdade, foi quando chegamos em Milão. Havia visto muitas vezes, na TV e nos fascículos do curso de italiano, lindas fotos do “Duomo” de Milão (a famosa catedral). Estávamos hospedadas em um pequeno hotel, próximo à estação central. Após duas estações de metrô, chegamos. Pegamos a escada rolante e, conforme fui subindo, a catedral se descortinava à minha frente, com toda a sua beleza e grandiosidade! Aí é que chorei mesmo...de soluçar...

Nos 7 dias em que estivemos na Itália, pude utilizar meus conhecimentos de italiano, finalmente!

Perceba que, mesmo não falando do processo de reconhecimento da cidadania italiana, em diversos momento da minha vida o foco estava sempre voltado para a Itália, para o idioma, para a cultura e os costumes da “bota”. É assim que se constrói e se solidifica um sonho, com persistência, como falei em meu primeiro artigo, publicado aqui.

Voltei para o Brasil ainda mais encantada pela terra de meus antepassados! Agora, já havia pisado, respirado e sentido a atmosfera italiana.

Até hoje, sou muito grata a essa empresa que me permitiu tornar meu sonho ainda mais forte!

Entretanto, não era registrada, trabalhava como freelancer e não tinha perspectivas de crescimento. Precisava ganhar mais para poder financiar um desejo que, naquela época, já não era barato.

Sem sequer procurar, um dia fui chamada por uma agência para uma entrevista referente a uma vaga temporária. Era para substituir a secretária do Presidente de uma indústria de chocolates multinacional italiana, por 30 dias, e precisava de alguém fluente no idioma.

Mais um sinal...kkk...FUI! Mesmo sendo uma vaga temporária, acreditava que pudesse ter uma oportunidade, após os 30 dias. E foi o que aconteceu! No próximo artigo, te conto.

Você consegue perceber o quanto minha vida foi direcionada e o quanto eu fiz a minha parte? De nada adianta termos um sonho, se não agirmos, persistirmos e, principalmente, acreditarmos que teremos êxito, o tempo todo, mesmo que demore 37 anos. Depois você irá entender...deixe seu comentário!

Nessa época, a internet estava começando e não havia tanta informação disponível. Também não existiam pessoas que pudessem buscar o documento de meu antepassado na Europa. Será que é uma indireta? Não, é direta, mesmo!